Os POS inteligentes já incluem aplicativos para controle de estoque e devem incorporar recursos como reconhecimento fácil e autopagamento
Nos últimos anos, os meios pagamentos eletrônicos no Brasil cresceram em ritmo acelerado. De acordo com dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), só no ano passado os brasileiros gastaram R$ 1,55 trilhão em compras com o uso de cartões, o que representa um crescimento de 14,5% em relação ao ano anterior, a maior alta desde 2014. E para 2019, a expectativa era de um crescimento ainda maior: 16%, com cerca de 1,8 trilhão de pagamentos com cartões de crédito, débito e pré-pagos.
Com a popularização das chamadas maquininhas de cartão (o Brasil é um dos países com o maior volume de equipamentos de captura de transações com cartões do planeta, com mais de 9 milhões de aparelhos espalhados pelo país, segundo a Abecs) os brasileiros têm utilizado cada vez mais os cartões para efetuar seus pagamentos cotidianos e deixado a moeda real mais longe do seu bolso. Resultado: hoje já é possível pagar desde um cafezinho a um carro no cartão.
“As máquinas para pagamentos eletrônicos estão incorporando tecnologia de ponta, com alta conectividade e preços extremamente competitivos, o que as torna uma ferramenta essencial para qualquer negócio”, afirma Samir Vani, gerente geral no Brasil da MediaTek, empresa fabricante global de processadores para equipamentos como terminais de pagamento, smartphones, tablets, TVs digitais, dispositivos wearable e soluções para carros conectados.
À medida que a tecnologia de telecomunicações foi evoluindo do 2G para o 3G, 4G e, em breve, para o 5G, as transmissões de dados (que também são utilizadas pelos meios de pagamento) ficam mais rápidas e estáveis. Por outro lado, inspiradas nos smartphones, algumas das maquininhas de hoje (conhecidas como Smart POS, ou pontos de venda inteligentes, da sigla em inglês) já são capazes de trazer várias funcionalidades antes exclusivas de computadores, e de grande interesse para os lojistas, como o cadastro de materiais, PDV móvel, uso de aplicativos de controle de estoque ou vendas, leitura de código de barras e QR codes, etc. São como verdadeiros computadores na palma da mão do comerciante, integrados com as funcionalidades de pagamento.
Talvez o maior exemplo disto seja a Cielo Lio, desenvolvida e fabricada pela Positivo Tecnologia, pioneira no mercado de Smart POS no Brasil. Ela traz todas as funções de uma máquina de pagamentos, como leitora de chip, tarja magnética, NFC, impressora de alta velocidade e geração de QR Codes, com a possibilidade de ser o único aparelho necessário para o PDV do lojista, graças aos seus aplicativos de gerenciamento, dispensando o investimento em computadores e outros softwares de gestão de venda.
“Hoje, as maquininhas de cartão já são capazes de substituir sistemas complicados e cheios de equipamentos por apenas um dispositivo, que pode até caber num bolso, tudo com backup na nuvem e completamente integrados, levando aos lojistas todas as informações que necessitam para monitorar e melhorar seus negócios”, explica Guilherme Ravagnani, gerente de Software da Positivo Tecnologia.
A evolução na portabilidade destas maquininhas é vista na Cielo Lio+, também desenvolvida pela Positivo, que além de possuir as funcionalidades de um Smart POS em um design leve e compacto, traz todas as funções de um smartphone Android, como ligações, mensagens e apps da Google Playstore.
Futuro
E o que esperar desse filão nos próximos anos? “Esse segmento de mercado ainda vai evoluir muito nos próximos anos, com tecnologias de pagamentos com códigos QR, reconhecimento facial, experiência de pagamento mais rápidas, autopagamento, etc, levando ainda mais facilidade e segurança aos consumidores finais”, aponta Vani, da MediaTek. “E com toda essa evolução, os comerciantes poderão ter em seus pequenos e médios comércios acesso a sistemas de gestão que há poucos anos ficavam apenas nas mãos de grandes varejistas”, completa o especialista.
Segundo o executivo da MediaTek, não só o papel dos provedores de serviço certamente irá mudar bastante, mas também o papel dos provedores de tecnologia deverá ter um peso muito maior, tanto na busca por soluções mais sofisticadas, mas também menores custos de equipamentos aos chamados adquirentes, para que seja possível expandir ainda mais o alcance dos pagamentos eletrônicos.
Nesse cenário, tecnologias chamadas de LPWAN (Low Power Wide Area Coverage) devem se tornar uma ferramenta importante. E uma delas deve ser a grande responsável pela massificação da Internet das Coisas: a chamada NB-IoT (Narrow Band IoT). Ela é uma das tecnologias aprovadas pelo 3GPP (associação que reúne órgãos de telecomunicações em todo o mundo e que define os padrões das tecnologias para redes móveis, como o 5G) e que já começa a ser adotada por empresas e operadoras em várias partes do mundo.
Essa tecnologia certamente poderá substituir a antiga tecnologia 2G, e levar às maquininhas, conexão mais estável e tempo de bateria muito superiores. Que tal contar com um equipamento com duração de bateria de um mês? Sim, é possível.
Mas para que essas evoluções atendam de forma adequada a consumidores e varejistas, é fundamental que os adquirentes e provedores de tecnologia trabalhem em conjunto para estabelecer soluções customizadas e ajustadas às necessidades locais, maximizando os investimentos e oferecendo maior produtividade e custos menores de implementação das novas tecnologias.