MediaTek quer levar Inteligência Artificial para o consumidor em IoT

Internet das Coisas, Inteligência Artificial e 5G acirram a disputa no mercado de chipsets entre os fabricantes tradicionais do mercado, afirma o country manager da MediaTek no Brasil, Samir Vani. Em entrevista ao Convergência Digital, o executivo admitiu que o mercado de telefones celulares está chegando ao seu patamar máximo no mundo, com os aparelhos, agora, mais sofisticados ganhando uma sobrevida maior no uso familiar, com uma durabilidade de até cinco anos, o que movimenta o mercado de reposições de usados, em especial em países emergentes, como é o caso do Brasil.

A MediaTek, observou Vani, se mantém atenta ao segmento super midi e planeja levar o máximo possível de funcionalidades para o celular aliando um bom preço para o consumidor. "Infelizmente o aumento do dólar não ajuda e terá de ser repassado, mas na Mediatek estamos trabalhando com novas áreas como Internet das Coisas, onde queremos colocar Inteligência Artificial na borda, nos equipamentos com contato com o consumidor final e ter o chip embutido com Inteligência Artificial, que é o caso do P90, que além dos processadores já conhecidos embarca uma nova unidade batizada de APU, que é uma unidade de IA", conta o country manager da MediaTek.

No Brasil, sem dar detalhes, Vani destaca a atenção especial para Internet das Coisas. "Esse é um mercado sem igual e vamos trabalhar muito com IA nos roteadores e nos dispositivos que estão nas mãos dos consumidores", pontuou. Um dos desafios do P90 - que foi lançado no exterior e não tem previsão de chegada no mercado brasileiro - é dar maior capacidade de duração para bateria, com eficiência energética. "Os aplicativos estão cada vez mais poderosos e demandam mais processamento. Hoje o desafio da indústria é aumentar a vida útil de uma bateria. As pessoas querem uma bateria durando 16,17 horas. A Inteligência Artificial chega para ajudar e muito", relata o executivo.

A direção para Inteligência Artificial é respaldada pelos números. Consultorias de mercado projetam uma movimentação de US$ 1,2 trilhão em 2018 (aumento de 70% em relação ao ano anterior) para IA. Para 2022, a expectativa da consultoria Gartner é de que esse filão movimente nada menos que US$ 3,9 trilhões. E há muito por vir como o reconhecimento biométrico e os assistentes pessoais, que permitem que o usuário interaja com dispositivos como caixas de sons inteligentes ou mesmo smartphones por meios de comandos de voz, de forma intuitiva e natural.

Em evento realizado esta semana pela MediaTek, em São Paulo, o especialista Chewen Wu, Principal Engineer da MediaTek para a região das Américas, fez uma demonstração de aplicação de Inteligência Artificial com captura de movimentos em tempo real e controle de robôs, com o uso do Helio P90, que consegue mapear as ações do corpo humano e foi adaptada a um robô. "Foi uma demonstração do que é possível fazer com IA embutido no chip, mostramos que levar inteligência é possível para diferentes aplicações, entre elas, por exemplo, dar uma visão real dos obstáculos aos carros autonômos", antecipou o country manager da MediaTek, Samir Vani.